segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Berlin

Nesse 1º de Maio de 2008 fui para Berlim!Cidade moderna, pois totalmente reconstruída. Repleta de espaços e vazios( coisa rara na Europa). As pessoas são incrivelmente gentis( perto da França então!) e é uma cidade barata... para a Europa. Tudo é longe e o metro é incrivel e gigante.Cheguei no 1° de Maio e para o 1° de Maio: muito bom! Comida e bebida boa e barata na rua com muita festa, gente do mundo inteiro( fiz amizade com comunistas turcos) e é claro: música brasileira( mas não boa: era axé). Não teve pancadaria... Também há fotos do muro e do que fizeram dele( na maior parte da cidade, virou um corredor verde, bem legal, aonde as pessoas depois de beberem execivamente no 1° de maio vão la urinar).Porém, quero falar do lugar que mais me impressionou em Berlin: o Pergamon Museum. Aqui mando fotos que dão uma idéia dessa reconstrução do hotel de Pergamon que trouxeram para Berlin na 1° década do séc XX: é a batalha entre os Deuses e os Titãs. Nao é apenas impressionante por si só, mas pela reconstrução histórico-ideológica que aquele lugar representa. Esses roubous imperialistas da arqueologia descontextualisam tudo e esvasiam as peças. Mas ali o que impressiona é justamente a reconstruçao ideológica que o discurso romântico alemão ao longo do séc. XIX sobre os gregos, conseguida ali; está lá, materializado de forma incrível nesse museu! Nesse museu vê-se os gregos dos alemães!Bem no meio duma cidade que é a prova carnal da consequência dessas idéias...A cidade inteiramente destruída/reconstruída em volta desse museu que materializa esse discurso.Nunca antes vi tão claro a força das idéias como dentro do Pergamon: um santuário da ideologia imperialista lastreada no heroísmo-trágico-guerreiro grego, circundado por uma cidade destruída!Uma prova histórica da consequência trágica das idéias!Belo e tragico! Enfim, a sala fecha e eu vous deixo com Berlim: ruína e futuro.















London, Hadrian...and the End of Empire...

Fui à Londres.
Quando estava no Brasil, na casa da Julia, li na folha sobre uma exposiçao no British, em homenagem ao Imperador Adriano. Disse a mim mesmo: irei ver. E fui. Estava meio refratário a idéia de ir para a Inglaterra: eles são muito chatos com brasileiros( eles, os espanhóis, os americanos...) e a libra é cara. Porém eu me organizei bem: meu trampo me mandou para Paris trabalhar lá num sábado e como de lá é barato ir p Londres, comprei passagem e fiz reserva com antecedência. Saiu mais barato do que pensava. Fiquei num albergue sujinho e desorganizado, porém barato e bem localizado: fica em Bayswater no Hide Parc.
Fui de ônibus. No porto de Calais ele para na polícia de fronteira inglesa. Todo mundo desce( brasileiro, inglês, francês, palestino,...) e passa igualmente por aquelas máquinas como de aeroporto, mostra documento e fala com o policial. O que falou comigo so viu meu passaporte brasileiro( não viu meu visto de residente na França), perguntou o que eu fazia na França(respondi que estudava e mostrei minha carteira da Universidade) e o que ia fazer na Inglaterra( disse: turismo). Aonde ficaria? Mostrei minha reserva no albergue impressa em computador.

Welcome to UK!
Tenho visto para entrar na Inglaterra por 6 mêses. Foi educado, rápido e tranquilo. Francamente, sigo afirmando que a Europa não dá um peido sem imigrante e que essa paranóia anti-imigraçao( alardeada pela nossa mídia colonizada), é conversa p manter salário baixo. Como um canto de sereia, como uma mulher esquizofrênica, eles alardeiam não querer o que na realidade mais precisam. Vi brasileiro que lá entrou facilmente, mas a polícia pede seu passaporte para dar o visto... e fica 14 mêses com ele preso! Você não pode viajar pela Europa.
Só pode ficar na Inglaterra ou no Brasil. Tenho para mim que isso é uma forma de prender a pessoa lá. Não de expulsá-la; Mas prende-la de uma forma constrangedora... Nao é a toa que ELES são os imperialistas.
Mas deixemos esse verdadeiro universo que é a brasileirada em Londres( só tem brasileiro em Londres!) mais p frente. Aproveitemos a deixa do Imperialismo para falar do objetivo primordial da viagem: a exposiçao sobre o Imperador Romano no British Museum.
Que por sinal deveria chamar-se "Imperialism Museum"! Nada ali é britânico, veio tudo roubado do mundo inteiro. Vê-se ali, concretamente, a concentraçao na Historia da Arte em Londres, o que a Historia Econômica lá concentrou.
Assustador e imperdivel! Ombreia o Louvre( seu irmão imperialista continental...a diferença é que em Londres os museus nacionais são gratuitos, enquanto o Louvre é muito bem pago!)).
No meio do Museu há um Domu construído nos anos 50 do séc. XIX( "Hards Times" da Era Vitoriana, lá está escrito que Marx frequentava o local para estudar), inspirado no Panteao Romano... construído em Roma no começo da Era Crista pelo Imperador Adriano. Pois foi ali dentro que eles botaram a exposiçao! Emocionante! A mostra segue em circulo pelo Domu, mostrando facetas da vida e obra do Imperador que nos são legíveis. Bem na entrada há uma Homenagem à Marguerite Yocenar( como ela mesma disse: seu primeiro contato com Adriano... foi por uma estatua dele no British!), com os manuscritos de seu " Memórias de Adriano"! Fotos dela jovem na Vila de Adriano em Tivoli e um texto do diretor do British, ressaltando que o trabalho dela é literatura e coisa e tal... Porém, foi e é uma grande fonte de inspiração para a reconstituição Histórica( olha ai a "Imaginaçao Histórica": sempre fundamental para o historiador). Ela que fez um romance baseada num trabalho perdido de Adriano: um diário textamento, que ele de fato fez, mas se perdeu... só restando um fragmento, de um papiro... que obviamente estava na exposiçao! Fiquei eu bem à frente desse original de quase dois mil anos( Laura como eu queria que você estivesse lá!). O diretor também contextualiza o trabalho dela como uma obra de reaçao à 2Guerra, quando a Europa precisava buscar uma referência de lucidez e serenidade, de bom governo... e que hoje também se faz preciso lembrar.
Ponto. Nao cita o Bush. Nem a guerra no Iraque. Mas ficou obvio( quem foi mesmo que disse, que a História se repete como farsa?).
Mas entremos na exposição.
No começo fiquei assustado. Bem na entrada há um video que me pareceu execivamente grandioloquente... no British Museum, o Imperador Adriano, Império Romano... ou Britânico... deu-me medo de encontrar uma ode ao Império, nao importa qual. Mas nao é isso a exposiçao. Reuniram tudo que havia do Adriano, contextualisando com as informaçoes sobre sua vida: os vasos para a imensa exportaçao de azeite feita pela Espanha(já)naquela época; Espanha de Adriano que era de uma familia senatorial produtora de azeite( a exposiçao já chama esse azeite de "comodites da época"... achei um pouco "over").Contam sobre a impressionante importância do azeite na época para iluminaçao, alimentaçao, higiene( nao citam, explicitamente, da importância para o sexo)...
Segue a exposiçao mostrando como Adriano era apresentado ou como Deus guerreiro(nú) e chefe militar( de oficial romando), ou como Sumo Pontífice( de Túnica)... mas sempre com sua barba mais grega que romana. Temos nele ja essa consciênte simbiose greco-romana que as Renascenças todas irao cantar! Nao é a toa que é ele o Imperador que controi o Panteao de Roma! Botou em Roma um símbolo de Athenas( Panteão: esse altar para todos os Deuses! Bons tempos em que Humanidade vivia livre do pior imperialismo de todos: o do monoteísmo. Todo monoteísmo é fascista!). Resalta por mapas que Adriano recuou da posição expansionista de Trajano, estabilizando as fronteiras do Império, não mais as expandindo. Dando muito destaque para a muralha de Adriano, que ele construiu ao norte da Inglaterra, como o ponto mais nórdico do Império( claro, com imensas fotos de hoje, os ingleses não escondem o orgulho de ter essa obra em seu territorio... que era o fim do Mundo do Império Romano).
Mas principalmente: com um enorme mapa mostram como Adriano retirou-se da Mesopotamia, abdicando sabiamente dessa região e fazendo a Paz com a Pérsia(!).
Muito clara a mensagem. Gostei imenso! ( aproveitem essa narrativa: garanto que ela é bem melhor que a reportagem que li na bostinha da folha! O que não é dificil ).
No espaço seguinte temos uma sala sobre a grande guerra de um governo que buscou a Paz: a destruição do templo de Jerusalém e a (parcial) expulsão dos judeus da Palestina( que por sinal passa a se chamar Palestina, em vez de Judéia, por decreto de Adriano). O sectarismo judáico e suas heresias escatológicas(cristianismos), desafiavam a logica imperial com comportamentos barbaros, antisociais e... terroristas. Adriano destrói Jerusalém que agora passaria a se chamar Aelia Capitolina. Bem como proíbe a circuncisão (uma violência sexual contra um bebê) e outras práticas bárbaras... para Roma. Mesmo um sábio governo pode gerar consequências indesejadas de longo, longuíssimo alcance... Nessa sala encontramos chaves de judeus trazidos então para Roma como escravos(as chaves tinham uma bola e eram em forma de gancho). Chaves de suas casas... para as quais eles tinham a esperança de voltar. A exposição afirma que aquilo é um símbolo para nos lembrarmos de "todos" os refugiados do mundo de hoje... considerei-os covardes de não terem especificados entre os "todos", os palestinos de hoje... mas a referência é por demais óbvia.
Seguimos entre uma série de estatuas de seus familiares, moedas, armas... Até o centro do Domu aonde temos uma maquete do Panteão de Roma e de toda Vila Adriana em Tivoli. Magnifico! É imensa a importância desse Imperador para a Arquitetura ( numa parede, eles exibiram uma sequência de grandes obras mundiais até hoje inspiradas nessa arquitetura: da Grande Mesquita Azul em Istambul ao estadio não concretizado de Hitler em Berlin, passando pelo proprio British!).
Afirmo que essa exposição é uma viagem imperdível! E ainda não acabou. Temos agora toda uma ala dedicada ao seu grande amor pelo grego Antinous. Começa com uma contextualisação do homoerotismo na antiguidade: chama atenção um belo calice de prata com uma sequência de casais masculinos transando. Tal obra consegue ser explícita sem ser vulgar: o calice é belo e bem interessante.( Sebastião Salgado disse certa vez, que o que mais intriga por suas andanças pela Terra, é como o Homem consegue ser igual e diferente ao mesmo tempo. Penso que tal reflexão sobre o Espaço deve ser espandida sobre o Tempo... incrivelmente diferentes, somos os mesmos desde Lascaux!). Tentar transpor o conceito de gay para a Antiguidade é de um anacronismo aberrante...não obstante o mesmo homoerotismo de todos os tempos está lá. Sem um nome que o definisse, ele existia sem necessidade de se explicar. A exposição foi bem clara e franca na discussão da importância da relação Adriano-Antinous. A morte do mais amado do Imperador( que alguns suspeitam ter sido um sacrificio ritual: Antinous passou a ser representado como um Deus egípcio que morre no Nilo, mas também como Dionísio) teve um real impacto político no tempo. Aliás, a exposição suspeita que a homofobia histórica do cristianismo tenha como base( além da herança de paranóia judaica de nao misturar nada: as luzes e as trevas, não se come frutos do mar porque eles estão hora dentro hora fora d'agua, o porco é ruminante de casco fendido... enfim a mistura, o que transita é o demônio no limite para essa crença e suas subsidiárias mulsumanas e cristãs). Mas o Cristianismo é muito mais romano que judeu! O culto à Dionísio já representava o Deus grego do Amor com barba e cabelo cumprido e em seus rituais não se matava animais: o pão simbolizava a carne e o vinho o sangue. Isso a mil anos antes de Cristo! Dessa unificaçao de sincretismos que dará no Cristianismo( Dionísio, Mitra, Adones ...) também estava Antinous: um homem que morreu e virou Deus! Isso não é nada judeu e sim romano! Enfim, suapeita-se que a homofobia cristã tenha sido usada, ou melhor criada, para isolar esse culto a Dionisio-Antinous em favor de um Dionisio-Cristo. Assim li no British...

Passei todo o dia perdido naquele Museu. Perdi-me no Tempo dentro daquele limitado Espaço... Acho que cheguei a ter vertigens espaço-temporais ali! Fiquei delirando em como nosso cérebro trabalha com a certeza de sermos o centro do Universo! Ao ponto de pensarmos que o Homem é Deus... ao ponto de pensarmos que algum Deus existe! Aquelas relíquias de uma Civilização romana, reunidas naquele Templo da Civilização burgusa européia do XIX... me fez lembrar que Freud disse que depois de Galileu ter se atrevido a dizer que o Planeta do Homem não é o centro do Universo e que Darwin( que viveu naquela Londres do XIX...)nos ter colocou no lado do Reino Animal... teria sido ele proprio, Freud( que por sinal morreu e esta enterrado em Londres, aonde foi parar, fugido de uma perseguição aos judeus...) quem deslocou mais ainda o Homem do Centro, ao afirma o Inconsciênte: o Homem não é livre para querer o que quer... ele é escravo de desejos que não escolhe.
Talvez se tivermos a capacidade de escutar essas mensagens que abalam nossa certeza de sermos um Rei em nosso destino... nos vendo mais periféricos e frágeis em nossas vidas, poderemos ficar mais centrados, em nossa periférica importância, para AGIR.
Não preciso aqui reafirmar minha reiterada irritação com todas as religiões. Sua adoração ao nada, em vez de focar na realidade material... sua preocupação com a morte( que ninguém controla), para justificar a não OCUPACAO com a Vida! Enfim...talvez essa paranóia de que há sempre alguém nos acompanhando venha das Cavernas e nunca nos deixe...Mas espero que assim mesmo a Humanidade tenha capacidade de pensar e agir diferante... algum dia. Infelizmente, enquanto a casa cai e ainda há possibilidades de boas saídas, os paradigmas do passado nos impedem de fazer diferente... só tempos depois entendemos o que aconteceu: os romanos continuaram falando de Império Romano até Carlos Magno( mesmo que varios profetas lessem sua queda, com São Gerônimo...).

Para fechar, conto meu último brekfast no Albergue, antes de voltar p França: vi pela BBC a nacionalização "parcial" do sistema financeiro britânico por 50 bilhões de libras!
Confesso que senti uma alegria melancólica a mais, de ir para Londres nesses dias, de fim do Império financeiro... realmente, o terceiro mundismo do desgoverno Bush foi longe demais! Foi bem interessante ouvir essa notícia sem tecla sap... antes de ir ao Parlamento e à National Galery( isso fica para outro email... com fotos). Realmente vemos o fim de uma era... será que teremos a capacidade de aproveitar o momento e quebrar paradigmas? Será que conseguiremos superar a Pré-Historia que há dentro de nós?

Amsterdam

Finalmente fui em Amsterdam.
Tenho um amigo francês que acabou de se separar da mulher e foi passar dez dias em Amsterdam. Ficou me pilhando para ir junto: em dois sai mais barato, tem lugar no hotal... conversei no meu tarbalho e tirei folga no sabado( adoro ser assalariado na França), entrei num ônibus sexta de noite e sábado às dez da manha estava em Amsterdam.Passei cinco dias naquela cidade e afirmo que TODO MUNDO TEM DE IR UMA VEZ NA VIDA EM AMSTERDAM. Morar lá cinco anos seria ideal, mas cinco dias ja vale a pena.Penso em fundar uma nova religiao: que Meca que nada, todos temos que ir uma vez na vida p/ Amsterdam... e quando fumarmos, temos que nos virar para ela!Cidade moderna que sacralizou a matéria. Berço do capitalismo com seu mar de possibilidades e de sangue derramado( no Museu historico de Amsterdam até chegam a falar do trafico negreiro, mas nada do saque aos Impérios Ibéricos, principalmente o português: Portugal nao é citado nem uma vez la! Espanha, Brasil e Pernambuco sim. Por mais que esconda o lado sanguinario do imperialismo holandês, tal museu é realmente muito interessante e audacioso. E para mim foi especialmente tocante, pois ja o tinha estudado na graduaçao).
Tentei procurar a Amsterdam que Braudel nos conta: das altas finaças que centralizam em especulações os destinos do mundo... não preciso dizer que tal realidade é inacecível a um reles curioso como eu. Vi nos muséus essa Amsterdam celebrada em arte! Sobretudo no séc XVII: se a Inglaterra tem nostalgia da era vitoriana, Amsterdam tem do séc XVII. La se encontra seu tempo de ouro! Ou, como disse Braudel: " Amsterdam do séc XVII é a porta que liga a Europa da Renascença à Europa do Iluminismo".Mas se tal cidade não é mais o topo do sistema, ainda é um altar respeitavel. E se nao entramos nessa realidade do poder, ouso dizer que de alguma forma esse poder contagia a realidade da rua... até por não ser mais o topo do sistema, mas já ter sido um dia: a Inglaterra quando deixou de ser o centro, permitiu ao seu povo viver melhor e abandonou o puritanismo (espero que os EUA um dia se libertem e que essa liberdade não seja só para eles).Quero dizer que a audácia e violência de transformar o seu sistema econômico no sistema mundo, contagia a mentalidae das pessoas numa direçao de que elas podem e devem conseguir o que querem. O que senti em Amsterdam foi que depois de usar essa força p/ fora é possível canalisa-la para seu dia-dia. Como disse Descartes: " Amsterdam é a cidade aonde o limite do possivel se realiza".O que rodeio para dizer é um pouco isso: sinto que em Amsterdam as pessoas têm a audácia de fazerem o que querem, sem medo de serem felizes. Pois tudo o que imaginamos é possivel de ser realizado... mas é muito sério realizar os próprios sonhos... é preciso ser muito corajoso... ou morar em Amsterdam.A legalizaçao da prostituiçao e do fumo sao apenas os exemplos mais folclóricos de uma postura muito maior e mais rica de lidar com o humano. Uma postura de honestidade e franqueza. De realizaçao e coragem... você é o responsavel.Tenho que admitir minha admiraçao pelo protestantismo quando conectato com sua raiz neoplatônica, agostiniana, em vez de com a hiprocrisia sonsa de uma visão cristã mediocre... quando nao literal. Viva Paul Riceur!Talvez a religiao que brinco em fundar seja exatamente revelar isso que esta no ar em Amsterdam: que a verdade existe e deve ser seguida, mas que ela é dinâmica e só sera encontrada pela razão livre de cada Homem. Nao existe palavra revelada em nenhum texto morto, ela só existe na boca de toda gente, poliglota e blasfêma( Spinoza...não por acaso morou em Amsterdam) como encontramos nessa cidade.(insisto nisso pois ando irritado com essa contraface de perfil tradicional do imperialismo, que se chama Islamismo: literal e vulgar... ando chocado com a covardia humana em se realizar, travestida de fé! Evagélicos, judeus ortodoxicos, cathólicos reacionários e mulsumanos andam atiçando cada vez mais meu ateísmo materialista!)
Minha religião será guiada pelo Materialismo Erótico! Viva o Materialismo Erótico de Amsterdam! Viva Amsterdam!

Cristiano Addario de Abreu.

P.S.Melancolico: bizarramente, Amsterdam me lembrou em alguns momentos minha cidade de origem, Santos. Os prédios todos tortos, os canais, as putas, a umidade...quem dera que Santos fosse um milésimo de Amsterdam...quem dera pelo menos que Santos respeitasse a arquitetura histórica da cidade e as bicicletas como em Amsterdam. Sigo esperando que a segunda profecia se realize, pois a primeira ja é impossível: quase tudo de belo e antigo ja foi derrubado para construirem prédios enormes com polvos gigantes à la Barra/ Miami os "enfeitando". Mas, como não quero terminar melancólico( tenho saudades do futuro, nao do passado... talvez um bom ensinamento para a nova religião...) se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé. E ir em Amsterdam é uma forma de lembrar a si mesmo que podemos sempre mais nesse mundo. NESSE MUNDO!Saudações materiais e eróticas.